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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A longa noite gelada da Monarquia Nórdica


A longa noite gelada do Norte aparece no topo de todos os índices de felicidade e desenvolvimento social obviamente não por razões meteorológicas, mas que a agreste e bipolar meteorologia não derrete (afinal a escuridão precoce do Inverno Nórdico não provoca a depressão autóctone).



Estocolmo, 8:48 horas da manhã e na espécie de manhã retardada, o Sol esforça-se (em vão) por furar o horizonte gelado, por nascer às nove, mas o parto revela-se obscuro, cinzento pesado, branco de farrapos despejados estranhamente de um céu cor de chumbo… e em vez dos raios solares tombam os flocos de neve



Nesta visita quase furtiva à suposta capital da Nórdica Monarquia da Europa, submergimos num enclave europeu muito particular, de uma sobriedade absolutamente confortável, de um design que emana do aquecimento central dos edifícios, das pequenas que povoam o átrio do Hotel, um cinco estrelas sem serviço de recolha de bagagens, uma referência tão espartana como a filosofia de vida “ sirva-se a você mesmo”



Cheguei ao meu quarto de meia-noite, ainda a descongelar do passeio pela noite profunda à procura das luzes inexistentes no palácio real – luzes para quê? Não havia ninguém, verdadeira essência do espírito prático nórdico, razão pela qual despeitam a crise! – e a luz laranja do candeeiro à janela e a bola branca luminosa do outro lado da cama, uma mesa de cabeceira que não era (mas podia ser) deveriam manter-se acesas, mesmo sem o cartão de acesso ao quarto…



Na excitação lusitana – ou seria fascinação mediterrânica? – pela neve, confundi-me na tecnologia sueca e retirei o cartão de energia que não abria a porta – porque não era pressuposto – e deixei o cartão da porta dentro do quarto, e o recepcionista, tolerante com a ignorância barbárica – e num inglês perfeito – sorriu de forma condescendente e devolveu-me o salvo-conduto para o meu quarto em tons laranja e branco, janela para o pátio interior e um edredão que me afundou nos sonhos desta civilização que leva a sério todas as coisas verdadeiramente importantes do desenvolvimento social, mantendo uma conveniente distância da emoção excessiva e uma inflexibilidade ligeiramente impaciente (petulante?) face ao imprevisto.



Adormeci a pensar como seria este desenvolvimento social com o clima lusitano…e acordei convencido de que se trata de uma equação com variáveis a mais!


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