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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Volta Galileu, serás (estás perdoado) reabilitado


(foste absolvido em 1983) ...
...ou um quase poema em honra do pai da ciência moderna

Na praça da república, o que resta dos banhos de Diocleciano, reconstruído pela basílica de santa maria de (todos) os anjos, a partir do século XVI, recupera a dignidade das suas abóbodas na destruição dos seus vestígios
Roma no seu âmago
Miguel Ângelo, arquiteto ao serviço papal, num traço hoje também irreconhecível perante as reformas do século XVIII
Ganhou dimensão e grandiosidade, mas tornou-se fria e distante porque os banhos tinham a composição genética dos templos pagãos
Falta-lhe espiritualidade baseada na abstinência


E aquele que só muito mais tarde teve direito a um túmulo católico regressou em vida, reconhecido pelo templo católico dos espaços abertos e raízes… (numa linguagem moderna) laicas!
Irónico?
Ou o reconhecimento de que a ciência precisa de espaços amplos e múltiplas origens?
Quando deixou a matemática e se dedicou a por em causa os dogmas da criação do mundo, as trevas do renascimento avançado cobriram a sua chama,
O pensamento científico
Não morreu na fogueira inquisitória, mas foi-lhe negada a honra da razão
Queimado, no sentido figurado e social do termo
Na última manhã da Roma turística deparei-me com Galileu na paz dos anjos, abençoado pela república na grandiosidade (quase pagã) bíblica de uma basílica católica
Um triunfo pelo cansaço da teoria heliocêntrica


Não podia haver melhor síntese para a Roma dos quatro atos, a vitória da inteligência, apesar da permanente insistência das trevas do tempo.
Antiguidade, Cristianismo, Renascença na modernidade e redenção!
Um Génesis possível do imaginário de uma Roma futurista!

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